domingo, 31 de março de 2019

Guerra do Velho, de John Scalzi



Um autor quase que desconhecido no Brasil, chegou com tudo as estantes dos leitores brasileiros e com grande maestria, pelas mãos da Editora Aleph. Obviamente se um autor não é bom, não será a Editora que o publica que fará um milagre, mas temos aqui um casamento perfeito, John Scalzi e Editora Aleph.

Como leitor assíduo de publicações de Ficção Científica, a Guerra do Velho apresenta todos os ponderamentos necessários para o gênero e acrescenta elementos modernos que fazem com que a leitura flua, sem nada muito procedural. É reconhecidamente uma boa leitura para quem está querendo se aventurar no gênero ou para os fãs que respiram Ficção Científica.

Guerra do Velho, aborda uma humanidade um pouco diferente do que estamos acostumados. Uma realidade onde pessoas que completam 75 anos devem se alistar nas Forças Coloniais de Defesa (FCD), e este já é o grande diferencial da história. Há uma inversão, a grande maioria das histórias sobre guerras é comum o alistamento de jovens, já que proporcionariam maior vigor as batalhas e com isso maior rendimento, mas o ator apresenta este novo elemento, onde idosos são colocados na linha de frente para defender a raça humana e buscar novos territórios para que ela se desenvolva.

Nosso personagem principal, John Perry, passa por um momento difícil próximo de seu alistamento, que é a perca de sua esposa, com isso ele busca se alistar para justamente ter um sentido nestes últimos momentos de vida, assim como ele descreve esse período de vida após os 75 anos. Sem imaginar as verdadeiras intenções da FCD, John Perry entrega-se completamente as missões e ao grande segredo que é revelado no livro, com importante desenvoltura e força de um personagem principal.

Uma série de raças alienígenas (Rraeys, Whaidianos, Gehaar, Hann’i, Covandu e Consus) são apresentadas no livro e como primeiro livro de uma série, o autor não se incomodou em explicar na narrativa os principais pontos sobre este universo que está sendo apresentado ao leitor brasileiro e isso é um ponto positivo. A riqueza de detalhes que é construída na narrativa é surpreendente.

Então por isso ao longo do livro, é possível entender o porquê da FCD recrutar apenas idosos de 75 anos e os transformarem em supersoldados, com habilidade sobre-humanas.

Ao longo de 368 páginas somos apresentados a personagens que em grande parte tem uma forte identificação com o leitor e em determinados momentos você torce não apenas pelo protagonista da história, mas também por todos eles. O grande momento do livro começa a ser desenvolvido na segunda parte do livro, onde é iniciada a Batalha do Coral e importantes reviravoltas na história o tornam tão dinâmico quanto no início da leitura.


Guerra do Velho é uma boa indicação para leitores que ainda possuem algum preconceito com a Ficção Científica ou com autores com publicações relativamente novas. A edição da Editora Aleph também contribui, desde a capa até tradução, estão impecáveis e são elementos que contribuem para uma boa leitura. A continuação do livro chamada ‘The Ghost Brigade’ (A Brigada Fantasma), aparentemente será lançada em 2017. Até lá vale reler o livro e entender ainda mais sobre este novo Universo.

Nota: ✩✩✩✩✩